sábado, 26 de junho de 2010

Põe na mesa...


Põe na mesa a toalha adamascada,
Traz as rosas mais frescas do jardim,
Deita o vinho no copo, corta o pão,
Com a faca de prata e de marfim.
Alguém se veio sentar à tua mesa,

Alguém a quem não vês, mas que pressentes.
Cruza as mãos no regaço, não perguntes:
Nas perguntas que fazes é que mentes.

Prova depois o vinho, come o pão,
Rasga a palma da mão no caule agudo,
Leva as rosas à fronte, cobre os olhos,
Cumpriste o ritual e sabes tudo.

( José Saramago )

9 comentários:

Aninha disse...

Cida, eu sou amiga da Bete e vim visitar seu site.
E acabei de ler essa mensagem. É como as lembranças e as saudades que tenho de algo que não sei qual é e de quê. Já rabisquei algumas coisas sobre isso.
Parabéns por seu lindo blog. Vou segui-la, espero que a Bete não fique com ciúmes (risos)
Grande abraço!!

Mariazita disse...

Cida, minha amiga
Como portuguesa sinto-me na obrigação de agradecer esta sua homenagem ao grande José Saramago.
Muito obrigada!

Bom fim de semana. Beijinhos

Tite disse...

As palavras do poeta que não se valorizava nessa vertente da literatura e a imagem lindíssima que a complementa são... de tirar o fôlego.

(foi como fiquei depois de aqui entrar e ler este lido poema de Saramago)

Beijosssss querida Cida

Mateus Araujo disse...

Eu não entendi muito bem o poema AHUSHASSHAS
mas amei a imagemmm *__________*

Jorge Pimenta disse...

com pão e com vinho... se oficia a vida :-)!
bela coincidência, cid@!
um beijinho!

Zé do Cão disse...

Se o "Marcelino-Pão e Vinho" estivesse em tal cenário, deliciava-se.

gostei do poema

jinhos

Diamantino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Diamantino disse...

Olá Cida!
Como português e leitor de Saramago, sinto-me lisonjeado por você ter colocado este poema (eu desconhecia-o).
Obrigado pelo saboroso comentário que deixou no meu blogue, é deveras muito agradável ter uma seguidora do Brasil, ademais bibliotecária. Irei também ler os seus posts.

Um beijo

Diamantino

Bergilde disse...

Ideologias à parte, seu marco soube deixar neste planeta!Lindo poema!