segunda-feira, 5 de abril de 2010


Na primeira noite,

eles se aproximam

e colhem uma flor de nosso jardim.

E não dizemos nada.


Na segunda noite,

já não se escondem,

pisam nas flores, matam nosso cão.

E não dizemos nada.


Até que um dia, o mais frágil deles,

entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e,

conhecendo nosso medo,

arranca-nos a voz da garganta.


E porque não dissemos nada,

já não podemos dizer mais nada.

(Maiakovski)

10 comentários:

Taddeu Vargas disse...

Olá Cida, texto lindo do Maiakovski e um bonito blog que acabo de conhecer. Ganhasse mais um seguidor!

Leandro Tavares disse...

Quando eu li esse texto pela primeira vez ainda estava na escola, me lembro que ele me chamou muita atenção! Acho que sou passivo e omisso em muitas coisas... Fora do nosso Jardim!!! rsrs.

Obrigado pelo último comentário no meu blog!

Abraços!

Boa Semana!

Cida disse...

Muito obrigada Taddeu, e seja muito bem vindo.

Um abraço e uma semana com muita Luz.

Cid@

Cida disse...

Leandro:

Um abraço prá você também e tenha uma ótima semana.

Cid@

Kika disse...

Oi Cida, estou passando pra falar oi...
O texto é mesmo lindo e o blog está um charme!

Denise disse...

Há algum tempo recebi o poema todo - deste trecho que postou - com uma ressalva sobre a autoria, geralmente atribuída a Maiakóvski, mas divulgando Eduardo Alves da Costa como o verdadeiro autor. Lembrei quando cheguei aqui, e fui verificar pq tenho guardado do Maiakóvski uma citação que gosto muitíssimo. Aliás, vou retirá-la de meus arquivos para guardá-la no blog...assim compartilho com muitas almas sensíveis...

"Nos demais,
todo mundo sabe,
o coração tem moradia certa,
fica bem aqui no meio do peito,
mas comigo a anatomia ficou louca,
sou todo coração"

Não sei se procede esta informação, Cida, mas fica a observação com o intuito de colaborar com a divulgação tão bonita que fez.

Um beijo e bons sonhos!

Cida disse...

Pois é Denise, mas eu acho que tem alguma coisa de verdade nisso sim.
Recebi um e-mail há algum tempo atrás (engraçado, que nem me lembrava mais), onde se dizia justamente isso:
Que esse poema (que realmente foi escrito pelo poeta brasileiro, Eduardo Alves da Costa), era erroneamente atribuido a Maiakovski, pelo fato de ter sido lançado em um livro cujo título era: "No caminho, com Maiakovski".
Daí a confusão...
Obrigada pela contribuição Denise, e obrigada por essa linda citação do verdadeiro Maiakovski, que diz que ele era "todo coração"...magnífica!

Um abraço de avó para outra avó...rs

Cid@

Cida disse...

Obrigada Kika!

E por falar em charme, charme deve ter sido sua semana santa na sua terra. Eu amo semana santa no interior!... Me lembra minha avó...saudades dela!...
(olha eu aqui falando em avó de novo...rsrs)

Beijão e até domingo, se Deus quiser.

Zélia Guardiano disse...

Adoro Maiakowski, amiga Cida. Sou devoradora de sua poesia. Este texto que você nos oferece hoje é de uma profundidade tamanha, que talvez eu não consiga, ainda, alcançar. Ou melhor, talvez alcance o significado mas não tenha a coragem de pôr em prática, com a energia , com a determinação que se fazem necessárias. Mas me esforço muito para isso! Maravilha!!!
Um abraço

Cida disse...

Um grande abraço prá você também Zélia e seja muito bem vinda ao meu cantinho.

Cid@