quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Africa


Vim ver-te
E trazia em mim uma saudade imensa
E a memória do cheiro inesquecível
Vim ver-te
Como os olhos cheios de ânsias de infinito
E as mãos tremendo na sede de abraçar-te
Recebeste-me
Na calma parada dos teus dias sem tempo
Igual a ti mesma, decadente e livre
Ris-te das minhas pressas de deveres inexistentes
Do meu ar perdido de sonhos do passado.
Sinto dentro de mim paredes que não eram
E os meus horizontes tem hoje grades decoradas
Mas sou eu, Mãe.
Já com o olhar de distância e longe das planícies
Que não te pertenço mas acabo sempre por voltar.
(José de Almeida em "Palavras de Outono")

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