Eu sou um coração sofrido
Sou vela sem rumo num mar de mistério
Sou dia de tormenta que a tudo fustiga
Sou sol radioso que só sabe aquecer.
Sou o amor, sou o ódio, desilusões e esperanças
Contradições...
Sou toda contraditória, não me explico, não me explicam...
Sou chuva caindo fina por sobre telhados
Sou fogo crepitando na lareira
Sou alegria
Sou sofrimento
Mas nunca, indiferença...
Sou dentro de mim, sou fora de mim, sou o mundo todo
Sou a onda que vem, tímida chegando, mas que volta correndo para o seu mar...
Sou borboleta, sou pássaro, sou luz
Encantamento, liberdade, momentos.
Mas também sei ser treva, vazio, abandono
Sou uma casa, pequena por fora e imensa por dentro
Tenho segredos, recantos secretos, que a ninguem mostro e nem mostrarei
Sou criança e sou mulher
Sou lágrimas contidas, sorrisos contidos, ternuras contidas.
Sou o fogo que queima e a àgua que refresca
Sou aquela que sofre, mas afasta o sofrer
E principalmente, sou forte!
Sou folha que cai, antes de chegado o outono
E sou semente que germina sem ser semeada...
Sou lamentos, soluços, lembranças, tristezas
Mas ao mesmo tempo sou momentos felizes
Sou o raio que cai, escolhendo o lugar: sem ferir, sem matar
Consigo passar e não deixar marcas de meus passos
Consigo chegar e não me fazer presente...
Sou perfume antigo, fragrância evaporada
Sou nuvem, sou céu, sou espaço
Sou o rio que passa tranquilo e sou o mar bravio
Sou natureza, sou natural, sou eu
Sou um livro aberto, mas ao mesmo tempo cheio de imprevistos
Desafio os riscos, enfrento-os e me sinto mais completa
Sou a calma mas também sou a aflição
Sou um ser que pensa, que transmite, que absorve
Sou alguém que sofre sem querer sofrer
Sou alguém que espera sem ter o que esperar
Sou nesgas de sol e momentos sombrios. Eu consigo ser assim. Ser tudo e não ser nada...
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8 comentários:
Lindo e inspirador, tia. Não sabia desse seu talento em "botar no papel" suas ideias, emoções e sentimentos. Foi uma bela surpresa.
Sérgio Luiz
Um brinde à taça de vinho...
Que tornou possível a liberdade de palavras e sentimentos tão lindos...
Adorei demais!
Abraço!
Pablo Burkowski Meyer
Ser tudo e não ser nada... é ser tudo...é ser você!
Não conhecia este seu lado poético, parabéns!
Um grande abraço,
Duca
Cida, amei o que escrevestes...verdade!
E tomando vinho tinto, fiquei a pensar, quantos sentimentos semelhantes ou em oposição e são eles que fazem nossa experiência, nosso caminhar na vida, nosso crescimento, amadurecimento e assim, estamos nos lapidando.
Beijoca,
Lina
Mãe, tinha certeza que você iria começar a escrever de fato no blog um dia ou outro, em vez de só colar pensamentos garimpados pela rede!... Sempre soube do seu dom, e sei que você ainda tem muita coisa guardada - tanto em PAPEL quanto principalmente dentro de você mesma! Quem sabe daqui a pouco uma coletânea desses escritos - os que já existem e os que estão por vir - não vira um livro? Bjs!
Gui
Belíssimo este seu texto, Cida, parabéns MESMO! Não acho que seja "deprê"... ele retrata muito bem a angústia e ao mesmo tempo o deslumbamento que sentimos frente ao
eterno mistério que é simplesmente VIVER!
Vá em frente, gostei da idéia do Gui e ainda quero ler o seu livro!!
;-)
Sou mais uma à espera do livro!
Que lindo o seu poema, Cida! Amei e acho que podem vir muitos outros por aí... Beijo!
Só podia ser minha madrinha mesmo!!! vc reparou...que foi há exatamente cinco anos antes do meu nascimento??? me senti homenageada!
Que bom poder proporcionar às pessoas palavras tão inspiradas, tão reais...queremos mais! bjosss
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